No período de 20 a 24 de outubro, os
municípios de Curralinho e São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó,
sediaram a oficina “Elaboração de Projetos Culturais”, ministrada pela
produtora cultural Carmen Ribas, levada por meio do Pará Criativo. A ação
contou com o apoio da Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó
(Amam), Instituto de Artes do Pará (IAP), Representação Regional Norte do
Ministério da Cultura (RRN/MinC) e Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Manuel de Vera Cruz Sá.
Este foi o segundo módulo da oficina no polo
Marajó. Em setembro, Afuá recebeu o primeiro, ministrado por Alexandre
Sequeira. O terceiro, também ministrado por Carmen Ribas, será em Cachoeira do
Arari, ainda este ano. A Regional Norte do MinC acompanhou as ações para falar
sobre o Sistema Nacional de Cultura e os editais do ministério que estão em
andamento.
Nos dois municípios a atividade reuniu um
público bastante heterogêneo, que incluiu funcionários públicos municipais,
artistas e professores. Alguns deles já estão envolvidos com projetos e buscam
aprofundar conhecimentos, como é o caso do diretor cultural da Secretaria de Cultura
de Curralinho, Zaqueu Ribeiro. “Trabalho diretamente na formatação de projetos
e uma das principais dificuldades que percebo está na captação de verbas para
eventos culturais. A oficina nos apresentou os itens e ferramentas necessárias
para a elaboração de projetos mais sólidos”, avalia.
Outros desenvolviam atividades culturais, mas
ainda não tinham familiaridade com a elaboração de projetos, como o decorador
Fábio Silva Lavareda. “Tenho um grupo de quadrilha e um bloco de carnaval, e
minha principal motivação ao buscar a oficina foi entender os meios de captação
de recursos. Agora sei como organizar as ideias para poder iniciar um projeto”,
afirma.
Representantes da educação também estiveram
presentes, como a professora do Ensino médio, Luciane Farias. Recentemente
nomeada coordenadora de um projeto em implantação na escola em que trabalha,
Luciane quis entender como elaborar um projeto para a área educacional. “O
programa no qual trabalho tem a possibilidade de ser financiado pelo MEC, mas,
para isso, a escola tem que apresentar um projeto. Gostei bastante do que a
Carmen nos passou na oficina, esse é o tipo de conhecimento de extrema
utilidade para todos que trabalham com projetos, em diferentes áreas",
argumenta.
A diretora da escola que recebeu a ação,
Deusilene Miranda, também avaliou positivamente o resultado da oficina no
município. “No interior, a produção de projetos culturais é muito acirrada,
aqui muitas vezes o individual prevalece sobre o coletivo. Além das questões
práticas relacionadas à elaboração de projetos, a oficina trabalhou bastante a
interação entre os grupos e isso teve um impacto muito positivo. A nossa
contrapartida, enquanto instituição de ensino, é fazer com que o nosso aluno
socialize com os demais segmentos da própria escola e da sociedade os
conhecimentos adquiridos”, fala.
O coordenador do grupo de hip hop Freestyle
Marajó Crew, João Batista, não participou da oficina, mas contou com apoio dos
colegas para desenvolver o trabalho do seu grupo. “Comecei a treinar hip hop
sozinho aqui na escola e, com o tempo, os meninos foram se interessando. Hoje a
minha turma conta com 25 alunos, fazemos apresentações na cidade e já estivemos
em Portel também. O principal desafio que enfrento é manter o interesse dos
meninos por esse trabalho, e pra isso quero organizar batalhas de hip hop entre
os municípios do Marajó. Agora mais do que nunca sei que uma das maneiras de
concretizar isso é botar tudo no papel”, avalia.
Fonte: AGPA.