O grupo de trabalho que integra o Programa
Estadual de Qualidade do Açaí (Peqa) reuniu-se ontem na Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), para discutir a pasteurização, ante a repercussão negativa
para o Estado de uma possível contaminação
do produto, exportado a mercados
nacionais e internacionais. Nova reunião com representantes das indústrias avaliará
proposta a ser enviada à Câmara Técnica do Açaí, segundo a Agência Pará.
Os Estados Unidos são os únicos que exigem a
pasteurização do açaí, que elimina qualquer contaminação. O mercado brasileiro
não aceita o açaí pasteurizado por causa da alteração de cor e sabor, por isso
grande parte das agroindústrias paraenses não investe no equipamento, que custa
em torno de R$ 130 mil.
A indústria Petruz de Castanhal é uma das
poucas que exporta açaí para o exterior, 60% pasteurizado e 40% sem pasteurização
para o Rio de Janeiro e São Paulo. “Pasteurizar cada quilo de açaí custa 10 centavos
mais caro”, informou o empresário Nivaldo Santos, do grupo Petruz.
A discussão sobre a pasteurização decorreu do
caso Everton Costa. O ex-jogador do Vasco teve uma arritmia cardíaca em abril
do ano passado, mas só agora foi divulgado que o problema foi consequência da
doença de Chagas transmitida pelo “barbeiro”, encontrado no fruto do açaizeiro.
“Precisamos evitar uma determinação do
Ministério da Agricultura. Não será fácil desconstruir uma imagem negativa para
o Estado”, alertou o gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares. A
presidente do Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Pará
(Sindfrutas), Solange Mota, acredita que o problema são as agroindústrias
clandestinas. “É preciso trabalhar melhor a questão cultural sobre o sabor”,
ponderou Solange.
Durante a reunião ficou claro que a maioria
dos batedores não cumpre as boas práticas de manipulação. A Vigilância Sanitária
constatou que muitos dos que receberam o branqueador do governo não têm
estrutura para funcionar ou usam inadequadamente e alguns tentaram vender o
equipamento. Dos 100 batedores beneficiados, só 40 recebeu o selo de qualidade,
referência ao consumidor sobre onde comprar açaí com segurança. A prefeitura de
Belém é responsável por criar campanha publicitária para divulgar a importância
do selo de qualidade do açaí.
Fonte: O Liberal.