Dentre os 15
municípios marajoaras, 13 são associados a AMAM, contribuindo financeiramente
para as atividades da instituição. O presidente eleito recentemente, Murilo
Guimarães, concedeu essa entrevista onde trata de assuntos ligados ao Marajó e
do papel da AMAM no cenário político, técnico e social.
PERGUNTA - Como o
senhor está vendo a chegada do sistema elétrico nacional no Marajó?
RESPOSTA - Um
sonho de décadas da nossa gente que está se tornando realidade. A energia por
si só não irá resolver todos os nossos problemas, mas certamente atrairá
investimentos na agroindústria, na criação de empregos, na melhoria da
qualidade de vida das famílias, que poderão ter seu aparelho de tevê, geladeira,
ventilador sem necessitar do grupo gerador oneroso, barulhento e poluente. E
tenho certeza que em mais dois anos todos os municípios terão sido
contemplados.
PERGUNTA - Como o
senhor vê as Marchas dos Prefeitos de Brasília e do Pará. Elas surtem efeito?
RESPOSTA - Para
os prefeitos que efetivamente participam dos debates, pressionam as
autoridades, têm bons projetos, a Marcha é sim positiva. Tanto em Belém quanto
na capital federal, Famep, Associações e consórcios de prefeitos apresentaram
projetos viáveis, de interesse coletivo e com isso obtivemos a atenção das
bancadas federal e estadual, do governador Simão Jatene, ministros e técnicos
do Governo Federal.
E a reunião com a
equipe de governo do estado mostra que esse é o caminho e, mesmo não tendo
recursos para tudo, vamos eleger prioridades e tocar obras importantes. A
Marcha de Brasília que completou 20 anos sob o comando da Confederação Nacional
dos Municípios, é uma prova concreta desse sucesso na busca do desenvolvimento
igualitário. E muitas de nossas demandas, estão contidas no projeto Pará 2030 e
isso certamente vai nos beneficiar.
PERGUNTA - o TCM
criou o Termo de Ajuste da Gestão. Como o senhor entende esse compromisso?
RESPOSTA - O TAG
é uma ferramenta indispensável para os prefeitos e prefeitas que querem seguir
o melhor caminho, com transparência, seriedade, e dentro da legislação da Lei
Orgânica dos Municípios.
Não existe mais
espaço para o gestor irresponsável, que vê o dinheiro público como seu, ou
deixa na mão de seus secretários as decisões administrativas. O prefeito
moderno acompanha seus convênios, cumpre prazos, fiscaliza e acelera obras.
Acabou a figura retrógrada que tira
cinco reais do bolso achando que está comprando o eleitor. Essa forma de gestão
está fadada ao limbo.
PERGUNTA - Qual
sua avaliação do Programa Justiça Itinerantes da Justiça Federal?
RESPOSTA - Uma
iniciativa das mais louváveis e que esperamos, se repita anualmente com maior
número de municípios atendidos.
Foram mais de
duas mil pessoas beneficiadas pela Justiça Federal, mais de 3 mil pelo INSS que
redundou em mais 1,5 milhão de reais injetados na economia do Marajó e cerca de
10 mil atendimentos médicos e odontológicos executados pela Marinha, à bordo do
navio Pará. Sucesso absoluto com apoio irrestrito dos prefeitos e da AMAM.
Quando se planeja uma ação dessa magnitude com responsabilidade e união de
esforços, com compromisso com o que é público pensando em proporcionar o acesso
aos diretos dos cidadãos e a inclusão social, terá sempre nosso apoio
incondicional.
A história do
Marajó passa a ter um capitulo escrito por profissionais comprometidos e
determinados que tiveram respeito para com a população marajoara com olhar
especial aos que mais necessitam.
PERGUNTA - E como
o senhor avalia o Fórum Permanente de Segurança Aquaviária da Marinha?
RESPOSTA -
Aplaudo o vice-almirante Alípio pela criação do Fórum a o convite a AMAM para
fazer parte dos membros efetivos. A região do Marajó necessita muito desse
Fórum e de suas decisões a fim de garantir a qualidade e segurança das
embarcações, principalmente de passageiros, em que a sociedade também deve cumprir seu papel fiscalizador. Ficar de
olho nos equipamentos de segurança, salva-vidas, superlotação, a situação dos
tripulantes, enfim, Marinha e Prefeituras têm muito a fazer nesse setor. Vamos
propor o engajamento das igrejas, associações, políticos, identificar gargalos
e buscar soluções viáveis e seguras.
PERGUNTA - E
QUANTO AO ENFRENTAMENTO AO NARCOTRÁFICO, EXPLORAÇÃO SEXUAL E DE TRABALHO
INFANTIL ALÉM DA BANDIDAGEM?
RESPOSTA - A
iniciativa tem que partir dos prefeitos e da sociedade e não só da
responsabilidade do Estado, que definitivamente não tem alcance para sanar os
males que as drogas e a violência trazem ao sio das famílias. Veja uma mocinha
que engravida, o quanto ela vai mudar sua vida, de sua família, da assistência
médica e social e pior, deixar de frequentar a escola. Então esse é um problema
de todos e não só do Estado. Infelizmente as drogas, a violência e a exploração
de menores acontecem em todos os lugares e no Marajó não é diferente. Mas juízes,
ministério público, polícia, prefeitura, autoridades, todos têm de se unirem
nessa luta.
PERGUNTA - como o
senhor avalia seus quatro meses a frente da AMAM?
RESPOSTA - Estamos
tentando dar uma nova roupagem entidade, atrair técnicos de diversas áreas,
oferecer mais serviços e assessoria aos prefeitos e prefeitas, reformar nossa
sede e adquirir um veículo para o deslocamento das equipes técnicas. Precisamos
de telefones corporativos para estar sempre em contato com os prefeitos e
secretários municipais para não perdermos prazos, enfim, temos um longo caminho
pela frente. Mandei fazer uma auditoria interna para ver como anda nossas
finanças, despesas, pessoal efetivo e contratado, e tenho carta branca dos
colegas para fazer as mudanças que achamos as mais coerentes com a AMAM que
sonhamos e queremos: dinâmica, técnica, prestadora de bons serviços, enxuta e gestão
moderna.
Texto: Pedro Medina.