Mais 68 médicos
cubanos que vieram participar do Programa Mais Médicos no Estado do Pará já
estão nos municípios onde devem começar a atuar. Eles chegaram na última
sexta-feira, 27, para reposição de outros cubanos que estão com os contratos
terminando. Os médicos vão trabalhar em 38 municípios paraenses e mais quatro
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). A vinda dos profissionais é
resultado da adesão dos municípios ao Programa Mais Médicos, desenvolvido pelo
Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS). Atualmente, estão atuando no Estado pelo Mais Médicos, 802 médicos,
sendo 550 cubanos, além de intercambistas brasileiros e intercambistas
estrangeiros.
Após serem acolhidos em um hotel da capital os profissionais
foram encaminhados para os municípios de Altamira, Anapu, Aurora do Pará,
Aveiro, Bagre, Belterra, Bragança, Brasil Novo, Brejo Grande do Araguaia,
Breves, Cumaru do Norte, Curralinho, Curuá, Floresta do Araguaia, Itupiranga,
Jacareacanga, Limoeiro do Ajuru, Marabá, Muaná, Nova Esperança do Piriá, Novo
Progresso, Novo Repartimento, Óbidos, Oeiras do Pará, Oriximiná, Pacajá,
Paragominas, Portel, Porto de Moz, Santa Maria das Barreiras, São Domingos do
Capim, São Félix do Xingu, São João de Pirabas, Soure e Tucuruí, além dos DSEIs
de Altamira, Guamá- Tocantins e Rio Tapajós.
De acordo com a coordenadora da
Comissão Estadual Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica
(Provab) e Mais Médicos, Sônia Bahia, após quase quatro anos dos projetos os
resultados estão aparecendo. “A gente percebe que tem ocorrido um decréscimto
da mortalidade maternoinfantil. Ainda é um índice alto, mas há uma diminuição.
Isto tem a ver com o fato de melhor organização na atenção primaria. A
população teve mais acesso com mais médicos, mais equipes de saúde e agentes
comunitários de endemias. Isto tem muito a ver com a capacidade com que a
política pública de saúde dê certo primeiro nos municipais e depois no Estado”,
avaliou. Alguns municípios ampliaram no decorrer dos anos a cobertura do
programa Saúde da Família, principal objetivo do Mais Médicos e Provab, indo de
uma equipe de Saúde da Família para 30.
O Programa Mais Médicos foi lançado em
julho de 2013 pelo governo federal com o objetivo de ampliar o número de
profissionais nas regiões mais carentes do país, que normalmente não recebem
médicos brasileiros interessados em atuar nessas regiões. O programa foi muito
criticado no início pelas entidades médicas por trazer muitos médicos
estrangeiros para atuarem no Brasil sem passar pelo exame conhecido como
Revalida, obrigatório para os médicos comprovarem os conhecimentos e validarem
o diploma, também teve um crescimento de participantes brasileiros.
O diretor
de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (Sindmepa), Wilson
Machado, avaliou que, após a pressão das entidades, hoje o Mais Médicos
valoriza mais os profissionais formados no Brasil. “A principal mudança é a
valorização dos médicos brasileiros em lugar dos estrangeiros. Nesta
convocação atual de médicos, temos mais brasileiros que estrangeiros. Sabemos
que são médicos de verdade, porque são formados no Brasil. Aqueles médicos
estrangeiros que foram antes não sabemos, isso nunca foi esclarecido. Nunca
soubemos se os médicos estrangeiros eram equivalentes aos brasileiros, porque
eles nunca foram submetidos a todas as avaliações que os brasileiros passam”,
indicou.
Fonte: O Liberal.