O Ministério da
Saúde quer criar uma fila única em todo o País para cirurgias eletivas -
procedimentos marcados previamente, sem caráter de urgência e emergência, para
todas as especialidades. Os gestores terão 40 dias para integrar suas
informações aos dos municípios e enviar à pasta a quantidade de pacientes que
aguardam pela realização dos procedimentos. Os estados e municípios que não
aderirem à solicitação terão verbas bloqueadas.
A demanda por
cirurgias eletivas é elevada no país. Dados do Sistema Nacional de Regulação
(Sisreg) mostram que 800.559 pacientes aguardam cirurgias, com maior demanda
nas especialidades de traumatologia e ortopedia (182.003) e cirurgia geral
(161.219). Em 2016, foram registradas 1.905.306 cirurgias eletivas com recursos
de média e alta complexidade do Ministério da Saúde.
A decisão, tomada
no último dia 27 pela Comissão Intergestores Tripartite, na qual gestores da
União, dos estados e dos municípios pactuam políticas gerais de saúde, visa dar
transparência e agilidade ao atendimento, muitas vezes destinado a um único
hospital sem possibilidade de distribuição para vagas em outras unidades da
mesma região. Conhecendo a demanda nacional, o governo federal também poderá
alocar os recursos de forma mais eficiente e equânime.
No Pará, a
Secretaria de Estado de Saúde Pública informou que vai levantar o quantitativo
de pacientes junto aos hospitais geridos pelo Estado e os que estão sob
administração de organizações sociais, como o Hospital Metropolitano de
Urgência e Emergência, em Ananindeua. Como a medida também vale para cada
gestor municipal, a Sespa deve acionar o Conselho de Secretarias Municipais de
Saúde do Pará (Cosems/PA) de modo a atender a determinação do Ministério da
Saúde no prazo previsto de 40 dias. A Secretaria Municipal de Saúde, em Belém,
informou que aguarda comunicação oficial do Ministério da Saúde.
Segundo o
ministro da Saúde, Ricardo Barros, a unificação das filas vai ajudar a melhorar
o Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando a pessoa sai do ambulatório, ela
precisa ser encaminhada para uma fila geral, e não para a fila do hospital.
Precisamos mudar essa lógica para que organizar o atendimento de forma justa”,
destacou.
A iniciativa
envolve o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a próxima etapa será
condicionar o repasse do Teto MAC dos estados e municípios ao envio das informações
solicitadas. Na próxima reunião da CIT será definido o prazo para o bloqueio
das verbas às gestões que não atenderem a essa solicitação.
O Ministério da
Saúde também está estimulando a adesão de municípios e estados ao Sisreg,
software disponibilizado para regulação de procedimentos diversos como exames,
consultas e cirurgias eletivas. A plataforma viabiliza a unificação das filas
por parte dos estados e dos municípios. Atualmente, 2.548 prefeituras e 14
estados já utilizam o Sisreg para gestão de sua demanda por cirurgias eletivas.
Fonte: O Liberal.