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25/11/2015
Variados
MULHERES MARAJOARAS GANHAM EXPOSIÇÃO NO SÃO JOSÉ LIBERTO.
 

 

A arte criada a partir da fibra de jupati, um tipo de artesanato marajoara, deu forma à exposição “Mulheres de Fibra”, que será aberta amanhã, 26, às 18h, no Espaço São José Liberto - Polo Joalheiro do Pará. A mostra, que poderá ser visitada até o dia 29 de novembro, é resultado do projeto “Mulheres da Fibra de Jupati: Tecendo a Vida com Arte”, proposto pela artesã Maria do Socorro Ferreira e contemplado com financiamento do Ministério da Cultura (MinC).

Maria do Socorro e outras 11 artesãs do município de São Sebastião da Boa Vista formam o Grupo Arte em Fibra de Jupati, e apresentarão na mostra não apenas produtos de qualidade, carregados de identidade cultural, mas os sonhos de cada uma dessas mulheres, materializados em forma de acessórios de moda e decorativos.

As peças revelam, com requinte e criatividade, as várias formas de utilização da fibra. O grupo, criado em 2012, é composto por gerações diferentes de mulheres, todas habilidosas artesãs. São elas: Rosabeth Martins Costa, Rosa Maria Ferreira, Marly do Socorro Naum, Marlene Naum Costa, Maria Gorete Martins, Marisa Rocha, Marília Rocha, Renata Costa, Liliene Veiga, Raylana Costa, Érica Cunha Soares e a proponente do projeto, Maria do Socorro. As peças fazem parte de uma coleção de bolsas, brincos, braceletes, pulseiras, tiaras, colares e utensílios de decoração. A ambientação do local de exposição é da arquiteta Terezinha Abrahim e remete ao modo de vida das artesãs. O trançado da fibra de jupati - matéria prima retirada do Jupatizeiro, uma palmeira característica da vegetação no entorno dos igarapés do município -, é uma prática antiquíssima da qual não se possui registros históricos de suas origens.

Maria do Socorro aprendeu com a sogra a trançar a fibra, aos 15 anos de idade. Ela também ensinou o trançado para as filhas - duas delas integram o coletivo. As meninas aprendem desde cedo e a história se repete em várias famílias da localidade, sendo a prática do artesanato exclusiva de mulheres. As boavistenses dividem o tempo delas entre a pesca e o artesanato, atividades que garantem o sustento de suas famílias.

Há alguns anos, com a consultoria de designers paraenses, as artesãs começaram a criar acessórios de moda, atividade aprimorada desde 2013, com o desenvolvimento do projeto do MinC. A ação levou o artesanato de fibra de jupati a conquistar, efetivamente, novos mercados e segmentos criativos: a moda e o design.

Hoje, a artesãs dedicam um tempo maior para a confecção dos produtos de moda, além dos habituais. Elas estão agregando o que já sabiam - conhecimento tradicional e empírico - com novas formas de fazer o artesanato. Rosabeth Costa, 43, uma das artesãs do grupo, diz que, com a criação das novas peças, a exigência ficou maior. “(Os acessórios de moda) exigem mais porque o acabamento não é com a fibra, mas com costura, viés, pano, linha e agulha; tudo feito à mão”, conta.

“Hoje, quando eu vejo a gente produzindo bolsas eu fico imaginando: ‘Meu Deus, eu nunca pensei em fazer da fibra uma bolsa. Nunca passou pela minha cabeça’. Então, os cursos do Sebrae e o projeto (do MinC) foram um presente. Oportunidade não só para mim, mas para todos daqui de São Sebastião da Boa Vista”, observa a artesã Maria do Socorro.

Fonte: O Liberal.

Comunicação/AMAM
 
  
 
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