MARAJÓ
PEDE MAIS SEGURANÇA
Nem
a fome nem tampouco a falta de políticas públicas em áreas básicas como
educação e saúde. O que mais aflige o povo marajoara nos dias atuais, é a
violência praticada por piratas modernos que assaltam embarcações grandes e
pequenas e também as casas de ribeirinhos sempre à mercê de quadrilhas
organizadas que praticamente não sofrem repressão.
Essa
foi a conclusão que chegou o cardeal Dom Cláudio Hummes, que visitou quatro
municípios do Marajó de terça-feira a sábado (amanhã), a pedido do Papa
Francisco, que tem como prioridade o auxílio aos pobres de todo mundo. Dom
Cláudio, debateu muito com autoridades e lideranças comunitárias questões como
exploração infantil, tráfico de pessoas, abandono das famílias pobres e falta
de políticas públicas adequadas para a região.
Hummes confirmou que o Papa Francisco pretende
vir ao Brasil em 2017, podendo incluir o Marajó em sua programação, conforme o
próprio Dom Cláudio sugeriu. Segundo cardeal, o Conselho de Bispos do Brasil
enviou convite formal à Sua Santidade e o prefeito de Breves, Xarão Leão, em
solenidade na Câmara Municipal ontem, sexta-feira, entregou uma oficio em nome
do povo marajoara para ser encaminhado ao Papa, reiterando o convite.
Dom
Cláudio visitou os municípios de Portel, Melgaço, Breves e Soure, onde está
nesse sábado, a convite do bispo da prelazia do Marajó, Dom Luiz Azcona, que acompanhou
sua eminência durante toda a visita.
Em
todos os municípios, o cardeal fez questão de reunir-se com as comunidades,
como aconteceu às margens do rio Tajapuru, em Melgaço, por onde passa a maioria
das grandes embarcações com destino ao Amazonas, Xingu e Santarém. Exatamente
nesse rio, há maior ocorrência de exploração sexual de meninas e adolescentes
sem que haja uma política de repressão por parte do Estado. "Ficaram de
montar uma base da polícia marítima no estreito de Breves, que poderia amenizar
a situação, mas até agora nada aconteceu ", relata o prefeito Xarão Leão.
Durante
os debates na sede da Câmara Municipal, o presidente da Associação dos Municípios
do Marajó, Cledson Rodrigues, falou da importância da presença de Dom Cláudio
como forma de sensibilizar as autoridades a fim de terem um olhar diferenciado
para o povo do arquipélago. Dom Cláudio manifestou sua indignação com a
situação do povo pobre nas cidades e principalmente dos ribeirinhos que são mal
assistidos pelo poder público, até por falta de recursos nas áreas principais
como educação e saúde.
Dom
Azcona mantém seu ponto de vista que a melhor solução para o Marajó será a
federalização já que o Governo do Estado já se manifestou sem condições de
investir na melhoria da qualidade de vida do povo marajoara.