Responsáveis
constitucionalmente por promover a Atenção Básica de Saúde, os Municípios já
enfrentam dificuldades na gestão da área. Contudo, o cenário pode ficar ainda
mais crítico. Uma liminar movida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
pretende excluir do rol de atividades dos enfermeiros as requisições de exames.
A medida é vista com preocupação pelos gestores municipais, que temem um
colapso no atendimento dos postos de saúde.
Localizado
no interior da Paraíba, o Município de Gurjão tem cerca de cinco mil habitantes
e, como outros de pequeno porte, sobrevive especialmente do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM). De acordo com o prefeito Ramos de Queiroz, a
cidade de Gurjão dispõe de duas equipes do programa Estratégia Saúde da Família
(ESF). Cada grupo é composto por um médico, um enfermeiro, um técnico em
enfermagem, além dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Para
o gestor municipal, a liminar do CFM prejudica o atendimento local. “Os exames
realizados nas UBS [Unidades Básicas de Saúde], assim como as consultas para as
gestantes, são feitos pelos enfermeiros. Essa decisão afeta o atendimento para
a população, porque o médico não consegue fazer o atendimento e encaminhar os
exames de rotina”, explicou.
Queiroz
também externou sua preocupação em como a medida pode pressionar ainda mais os
cofres municipais. “Não temos condições de contratar mais médicos”, desabafou o
prefeito. Segundo ele, o modelo vigente funciona e a diminuição das funções dos
enfermeiros pode ocasionar um acúmulo de tarefas para os próprios médicos, o que
pode refletir na agilidade do serviço prestado nos postos de saúde municipais.
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CNM